Next Stage for Hiking Mountain...

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Trilho Pincães às Lagoas do Marinho


O trilho tem início na aldeia rural de Pincães, freguesia de Cabril, em Montalegre, era um dos poucos lugares onde a produção de azeite fazia parte das actividades agrícolas anuais. Os meses de Dezembro e Janeiro eram dedicados à apanha e transformação de azeitona, este processo de fabrico do azeite de forma tradicional, está integrada na área de ambiente rural do Parque Nacional Peneda Gerês.

Tudo preparado, mochilas às costas, começamos a caminhar pelo caminho de paralelos que pouco mais à frente fica em terra batida aqui o caminho é regular mas tem a sua acentuada subida que nos faz logo aquecer o corpo e acelerar a respiração neste dia frio de Dezembro.
Á medida que ascendíamos na montanha a paisagem montanhosa revela-se cada vez mais mítica com as nuvens escuras que esconde o Sol e outras deixam espapar uns raios que radiam por pouco tempo o vale do rio Cavado.

Caminhamos pelo planalto em direcção (N) por 1,5km que dá para baixar o ritmo cardíaco da subida anterior, mas por pouco tempo, pois voltamos á subida, agora por trilhos dos pastores guiados pelas mariolas entre grandes penedos, prados e pelos Garranos que desta vez deixaram-nos fotografar, neste percurso caminhamos 4km dos 710m de altitude para os 1160m até ao planalto onde se encontra as Lagoas do Marinho.

Chegada às lagoas do Marinho, aqui sentimos mais o frio, pois o céu está coberto de nuvens negras, é um local ventoso que nos arrefece rapidamente que nos obriga logo a caminhar, pela passagem pela lagoa de águas gélidas temos uma linda imagem da lagoa e ao fundo a alta Serra do Gerês, tem manchas brancas da neve acumulada do último nevão, que o nevoeiro esconde na maior parte do tempo que tentamos fotografar. Com as mãos geladas e já com alguma fome seguimos o caminho entre prados verdes até à Cabana do Penedão.

Ao chegar à cabana fomos recebidos por dois montanhistas e os seus fiéis cães, estavam a finalizar o almoço, em termo de conversa conta-nos a suas aventuras, tinham lá pernoitado de uma caminhada pelo Curral da Lamalonga de dois dias e tem de regressar a aldeia de Xertelo antes do anoitecer, foi uma rápida conversa que logo se puseram a caminhar com as suas grandes mochilas.

Ficamos nós sozinhos na cabana, os queimadores a ferver a todo gás com as marmitas para aquecer as refeições pois o corpo já necessita desse calor e aconchegar estômago. O espaço envolvente da cabana é linda e confortável e aconchegante, desde a lareira, a grande mesa às cadeiras, posso dizer que nunca comi tão confortável na montanha. Enquanto comemos olhamos lá para fora através da janela de madeira, observamos o vento gélido que sopra por vezes forte, nós ali a desfrutar o café quentinho a finalizar o tempo que nos resta, pois não é muito para voltarmos ao caminho após de limpar e juntar tudo para nada ficar para trás.


Seguimos o caminho de volta, deixamos para trás a cabana enquanto subimos a serra pelo estradão, daqui vê-se como é um local bonito de contemplar os prados a Lagoa e cabana ao fundo deste quadro paisagístico. Aqui a neve resiste nos pontos mais sombrios da montanha, o frio permanente faz que lá se mantenha firme.

Estamos a 1200m é o ponto mais alto desta caminhada, a partir daqui vamos descer até à cota inicial dos 500m, mas até lá falta percorrer mais de 12km nesta bela montanha. O trilho é de pé posto e por vezes em corta mato, pois não há caminho definido, vamos orientados pelo GPS e por algumas pequenas mariolas que vão marcando pontos na passagem.

No miradouro das Portas do Abelheiro avistamos as aldeias de Xertelo, Azevedo e Lapela que estão raiadas pelo fraco sol. Descemos e subimos pequenas serras passando pelo “Fojo do Lobo” ou “Fojo do Sobreiro, sempre a caminhar em conta relógio do sol que não pára de descer no horizonte, a caminhada aqui não está a render o pôr-do-sol pois é uma escarpa e as passadas tem de ser bem calculada para não haver nada mal.
 Ao passarmos por Silha do Muro os nossos GPS indicam 5 minutos de luz solar, parámos, e toca a preparar as lanternas para o crepúsculo que se avizinha, em pouco minutos recebemos primeiras companhias do céu ao escurecer, a Lua e Vénus lado a lado.


Preparados para noite, avançamos e nos guiamos pelo trilho registado no GPS, é a única maneira de seguirmos o trilho aqui já não fugimos à rota para explorar, pois ainda faltam 2km e pleno mato da serra, atravessar os ribeiros com os bastões a fazer de guias, ao olharmos um para os outros só vemos os pontos brancos das lanternas, na chegada ao caminho florestal de início foi uma melhor progressão no terreno até chegar ao ponto de partida, mas até lá ainda nos alimentamos de uma boa árvore cheia de bons Medronhos que fez carregar as energias.


Um trilho que considero difícil nestas condições atmosféricas.
Álvaro Rego Pinto
PNPG – Pincães 04 de Dezembro de 2016

Detalhes do trilho para o GPS:
Informação do Trilho: Não Sinalizado
Dificuldade: Difícil
Equipamento GPS : Garmin eTrex20

Companheiros: Álvaro Rego Pinto e Maurício Lopes e Alexandra.         

domingo, 6 de novembro de 2016

A energia para continuar...


Nem sempre temos disponíveis todas energias que gostamos... temos de ir para as carregar.

Trilho Leonte aos Prados Vidoal, Alto do Borrageiro, Lomba Pau, Conho, Messe, Caveiros


Este trilho tem início na Casa do Guarda Florestal de Leonte, junto à estrada N308-1 na mata da Albergaria no Parque Nacional Peneda Gerês, que noutros tempos foram habitadas pela extinta profissão de Guarda Florestal, estes governantes que não viram interesse de guardar o que é mais importante, a Natureza Selvagem que tanto desprezamos. 

Parámos o carro no parque na Casa do Guarda de Leonte manhã cedo e começamos os preparativos para o trilho, está uns 5º celsius, o tempo vai manter frio e com períodos de aguaceiros e vento vindo de (N) e a possibilidade de queda de neve acima dos 1000 metros de altitude, bem esta é a previsão que temos para o dia e que para nós está muito boa, vai ser uma caminhada de 16,5Km com uma duração de 7:46H.

Mochila colocada às costas e tudo apostos marchamos deste vale frio e húmido para a montanha onde o Sol bate nos seus cumes, o caminho vai ser a subir dos 862m (Leonte) para os 1430m (Borrageiro) de altitude numa extensão de 4,5km, percorridos os 500 metros já sentimos o ar ofegante da subida, mantemos o ritmo para não arrefecer pois deste lado da montanha é mais sombrio e os musgos nas pedras dificultam a caminhada, só apanhamos o terreno mais plano e Sol ao Chegar ao primeiro deste trilho o Prado do Vidoal.

Prado do Vidoal com o seu pequeno abrigo feito em pedra granítica nos 1111m de altitude, que dá refúgio aos pastores e mesmo aos montanheiros que ali passam nos dias mais tempestuosos, repousamos um pouco para baixar o ritmo cardíaco e beber água, tiramos as fotos da bela paisagem e seguimos o nosso caminho, pois temos percorrido 1,5km e continuamos a subida pelo trilho marcado por mariolas a paisagem aqui marca a presença do Azevinho e dos Pinheiros-Silvestres até chegarmos a Freza.

Freza um local êxtase nos 1200m altitude, aqui se avista a (S) o fantástico Vale Teixeira e os dois Currais, eles Curral do Camalhão e da Teixeira, no fundo do Vale Teixeira estão os vários pequenos rios, rio Camalhão é pequeno que recebe as águas do rio Areeiro que depois passa para o rio da Teixeira e este vai até receber as águas do rio da Lomba, antes da Cascata do Arado onde passa a Rio Arado onde desagua no Rio Fafião e este vai desaguar ao Rio Cavado. O vento Forte e frio faz-se sentir nas orelhas e o nosso arrefecimento foi rápido e continuamos a subida mais acentuada por pedra solta e rochedos até Chã da Fonte.

Chã da Fonte um pequeno planalto que fizemos uma pequena pausa, pois temos percorrido 3,3km e estamos a 1280m de altitude, o tempo está negro para (N) para as Montanhas da Portela do homem já deve estar a chover, repostas as energias caminhamos para o alto do Borrageiro o trilho até lá e feito tipo alpinismo pelo maciço granítico que põe á prova os gémeos das pernas que por vezes temos de saltar de uma rocha para a outra até lá chegar.

Alto do cume do Borrageiro, nos 1430m de altitude é a 14ª mais alta de Portugal continental, fica para somar o registo a nossa conquista ao cume do Borrageiro, aqui está incrivelmente ventoso e frio arriscaria dizê-lo uns 3º Celsius fora a sensação térmica isso aí desceria para lá para os 0º Celsius, deste cume do Borrageiro podemos avistar a indescritível paisagem na qual podemos ver o vale do Cávado, as serras da Cabreira, de Fafe Basto, Amarela, do Soajo, da Peneda, do Larouco, do Facho, do Barroso e ao longe as serras do Marão, do Alvão, e do Corno de Bico, Nevosa desta serra do Gerês. Seguimos para (N) para o Prado Lomba de Pau, estamos a trilhar em azimute para a grande mariola que faz entrar novamente no trilho que passa mais abaixo desta montanha, que nos guia para o Prado Lomba de Pau.

Prado Lomba de Pau está a 1330m de altitude e temos já percorrido 5,90km, é um prado alagado por pequenas poças de água das recentes chuvas. Aqui alivia-mos as costas das mochilas e repousamos para almoço, são 12:40H abrimos as mochilas retiramos os queimadores a gás e toca pôr água aquecer para cozer as massas, entretanto sentimos um aumento de vento e sentimos pequenos flocos de neve a cair sobre nós, foi um momento incrível, tínhamos previsto queda de neve acima dos 1000m e lá estava ela! Durou pouco, mas foi bem bom mais do que isso teríamos de nos abrigar ali no pequeno abrigo enquanto almoçávamos. No fim de termos tomado o café quentinho depois do almoço seguimos a rota bem mais compostos, desde das energias às físicas lá vamos nós, entretanto ouvimos vozes de um pequeno grupo a aproximar, vinham de Leonte a percorrer o trilho dos Prados, uma breve apresentação individual continuamos o trilho a caminho do Prado do Conho, onde este grupo ficaria para almoçar dito pelo Sr. Vergílio a ementa era Costeletão de novilho a Sra. Messe vinha a ler o mapa do GPS pois em termo de conversa e troca de ideias chegamos às mariolas que no fundo avista-se o Prado do Conho é uma descida por rocha saibrenta que deu para a Sra. escorrega e dá com o traseiro na rocha, são as mazelas de uma caminheiro.

Prado do Conho está a 1270m de altitude a uma distância do prado anterior de apenas 1km, entramos no prado sai logo avista o grande penedo e uns Carvalhos-Negrais centenários, ao fundo a Cabana do Prado do Conho onde iriam almoçar estas três pessoas, despedimos do grupo e seguimos a nossa rota, pois temos 3:30H de Sol e estamos mais ou menos a meio do trilho seguimos as grandes mariolas que nos guiam até ao próximo prado que está perto dos 2km deste, o trilho é bastante trilhado pois nota-se bem entre a carqueja, num raio de 360º a paisagem é maravilhosa digna do nosso tempo ali perdido a fotografar as cores das nuvens com os cumes esbranquiçados das montanha, ambos parámos de repente e com gestos sinalizamos que ouvimos um curto uivar e mais nada se ouviu naqueles minutos que estivemos imóveis, poderia ser lobo mas como está muito vento nos cumes até parece que o Aeolus está para lá do Vale do Homem, essa força do vento poderá trazer mais chuva ou mesmo neve, avistamos umas ruínas ao longe ao passar pelas grandes mariolas que indica a chegada ao Prado da Messe.

Prado da Messe está a 1184m de altitude e na extensão do nosso trilho de 9km, o Prado da Messe é bem maior dos que os anteriores, tem consideravelmente uns 700 metros de comprimento entre duas grandes montanhas, chegamos à Cabana do Prado da Messe que descansamos um pouco antes de partir novamente, entretanto visitamos o interior da cabana que bem se passava uma noite de verão pois de inverno temos de arranjar lenha para nos aquecer, aqui também tem os Carvalhos-Negrais e um deles já caído de tronco branco sobressai do verde da erva e os cogumelos amarelos que lentamente vão consumindo. Mochilas novamente às costas, seguimos para o nosso ponto seguinte Prado dos Caveiros mas até lá subimos um pouco mais a montanha para descer até lá, que avistamos no topo desta montanha um Cavalo Garrano que nos observa curiosamente enquanto o resto da manada afasta-se lentamente à nossa aproximação, ao descer a montanha já podemos avistar os Prados dos Caveiros.

Prados dos Caveiros está a 1100 metros, aqui passamos pelo cume da montanha não descemos pois já estamos com 11km e faltam mais 5km até á Casa do Guarda Florestal de Leonte e temos menos de 1:40H de iluminação solar, sabemos que é por estrada mas ainda nos falta descer o trilho em zig zag até á cota de nivél da estrada, por isso ficou registado a foto panorâmica e seguimos a marcha, o trilho até á estrada é sempre a descer e com alguns pontos que ter uma necessidade de atenção pois escorrega ou torcer um pé nas pedras soltas, mas não é difícil isto se tivermos o piso seco e sem neve ou gelo, pois essas condições altera e muito a dificuldade. Em 2km do trilho descemos 422 metros de altitude até á estrada da Mata de Albergaria.


Estrada da Mata de Albergaria finalmente o ponto mais plano para descansar as pernas da travagem frequente da descida, aqui a progressão é mais rápida, mas temos uns 3km por percorrer até ao ponto inicial e parece que não o alcatrão após de andar na montanha também cansa, mas o problema é a passagem dos automóveis que passam deixam o rasto do combustível queimado que nós vimos purificados da montanha que logo sentimos esse desagradável cheiro, por agora é aguentar, e a chuva começa a cair mesmo no ultimo quilometro já anseio a chegada para comer uma barra pois já tenho as energias mais baixas, tirando o cansaço a caminhada é agradável pela mata de Albergaria os tons castanhos do Outono que encham as bermas da estrada de folhas, e pronto chegamos á Casa do Guarda Florestal de Leonte.

Foi um lindíssimo trilho que aconselho, considero o trilho moderado nestas condições atmosféricas.
Álvaro Rego Pinto
PNPG - Leonte 06 de Novembro de 2016 

Detalhes do trilho para o GPS:

Informação do Trilho: Não Sinalizado
Dificuldade: Moderado
Equipamento GPS : Garmin eTrex20 
Companheiros: Álvaro Rego Pinto e Maurício Lopes.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Os dias que estes homens passam na montanha...



“Os dias que estes homens passam na montanha, são os dias em que eles realmente vivem. Quando a mente se limpa das teias de aranha e o sangue corre com força pelas veias. Quando os cinco sentidos recobram a vitalidade e o homem completo se torna mais sensível e então já pode se ouvir as vozes da Natureza, e ver as belezas que só estão ao alcance dos mais ousados e do que tem coragem para ousar novos desafios.”
Reinhold Messner

Foto de Ana C. Sousa na Paisagem Protegida do Corno do Bico

domingo, 30 de outubro de 2016

Trilho pela Paisagem Protegida do Corno de Bico


Desta vez partimos para aldeia de Túmio em Paredes de Coura para realizar uns dos mais belos trilhos pela paisagem protegida do Corno de Bico. Estas épocas outonais com as cores são simplesmente mágicas, transformaram as florestas de tons quentes que alcatifam o chão de estaladiças folhas.
  
Reunimos com o pessoal no centro da aldeia para iniciarmos este percurso que planejamos anteriormente juntar as duas Pequenas Rotas certificadas pelo ICNF (PR1 e PR2). Considero este trilho de dificuldade moderada, não tem grandes subidas nem descidas ingremes e é realizado a maior parte por estradões florestais. O dia está mais do que bom! Sol quente, ausência de vento que na montanha O fenómeno da viração (diferença de pressão entre o litoral e os terrenos a cima da serra, que faz com que uma grande quantidade de nuvens suba em direção ao cume) que é natural acontecer nesta altura do ano. Com um grupo que adoro caminhar, aventurar com vocês e mais um casal amigo do Miguel Moreira o “Lobo/Alfa” (nome de aventuras) que também tem este gosto de trilhar pela Natureza (blog caminhadas de Portugal).

Saímos da aldeia de Túmio que vai ser o nosso ponto de partida e de chegada, esta caminhada vai circundar a montanha pela paisagem protegida do Corno de Bico que abundam carvalhos, castanheiros e faias, voltamos aqui após termos caminhado por umas agradáveis 06H24m. Seguimos em direcção “S” pela estrada de asfaltado uns 200m e viramos à direita, aí por caminho em terra de acesso aos campos agrícolas, este percurso vai ser a subir por relevo não é muito acentuado mas que se estende por 4,5Km dos 600 metros de altura até aos 883m na Torre de vigia do Corno de Bico.

Enquanto progredimos na subida a “O” vamos ter uma vistas panorâmicas sobre as aldeias abaixo e das Montanhas no horizonte, à nossa esquerda começa a densa floresta de espécies caducifólias que se vão despindo, durante estes 4km chegamos ao parque de merendas e ao miradouro do Corno de Bico o castanho das folhas cobrem as mesas e os bancos enquanto aproxima-mos do miradouro, aqui a imagem ao contrário do que acontece na grande maioria dos cumes em Portugal neste cume não se têm um panorama amplo da paisagem envolvente, isto acontece porque o relevo não é muito acentuado na zona do cume, mas principalmente porque toda a zona do cume está ocupada por árvores grandes que impedem a visão.

Vista e fotografada seguimos poucos metros para a antiga torre de vigia do Guarda Florestal, que infelizmente a falta de recursos e novas tecnologias forçaram a sua extinção. No alto da torre vemos as florestas em redor e podemos ver a norte o Cotão, a nordeste Alagoa de Cima, continuando a girar no sentido dos ponteiros do relógio vemos o grande maciço da serra do Soajo com a Peneda e a Pedrada, mais abaixo o Gião e o vale do Lima. Para sudeste deparamo-nos com as serras Amarela, do Gerês e da Cabreira. Finalmente em direção a oeste podemos ver a serra de Arga e ao longe o mar.

Deste ponto o percurso será a descer em relevo não acentuado, caminhamos por mais 2km, são 12h30m e temos de efectuar a paragem para o almoço que já bem necessitamos de reforçar o estômago. Durante o caminho para o nosso ponto de almoço, avistamos os cavalos Garranos e Gado Barrosão que se escondem pela floresta dentro, que estranhamente estão mais agitados e agressivos, mas há uma possível resposta aplausível, é época de caça que infelizmente é permitida nestas áreas protegidas e os disparos das caçadeiras ecoou-a no ar e os animais ficam com receio e excitados à nossa presença.

Pousamos as mochilas e cada um prepara as refeições que trás, neste meu caso noodles Knorr de vegetais que preparo no local com o queimador a gás. Conversamos sobre o mirífica floresta, pois não dá para parar de falar sobre ela, de repente parámos bruscamente a conversa por um relinchar de um Cavalo Garrano que está a poucos metros do nosso grupo, nunca tinha ouvido este relinchar nesta meio, um tratador de cavalos explicou-me esta é a vocalização mais forte que os cavalos fazem. Isto porque serve para os animais revelarem a sua localização e perguntarem a localização de outros. Se estiverem outros cavalos nas imediações, é provável que relinchem também. Por esta razão, os cavalos procuram projectar o relincho o mais possível. Estendem o pescoço, levantam a cabeça e abrem a boca. É comum ouvir os relinchos de um potro quando está separado da progenitora, é a forma do jovem cavalo procurar por ela. Os cavalos também relincham quando estão sozinhos, em resposta a outros cavalos ou quando estão em locais desconhecidos. Após deste evento, saiu como chegou, a galopar para o meio da floresta, ali permanecemos até finalizarmos o almoço, que acabamos com um café quentinho.

Abandonamos o local, para que seja outra vez dominado pelo quem de direito selvagem o merecer, pois no lado selvagem nada é para ser fixo, pois aqui é território do Lobo Ibérico que intencionalmente move estes animais que são as suas presas. Seguimos o estradão para irmos mais a “S” da paisagem protegida, para voltar ao ponto que desviamos para almoço, e percorrer o estradão até á casa do Guarda Florestal que também abandonada mas em bom estado de conservação, mais à frente entramos pela floresta mais densa que parece um outro mundo de musgo verde, o amarelo de folhas e vermelho e castanho de outras e os cogumelos a fechar o encanto, o belíssimo lugar que transmite paz ao ouvir a água a correr pelas rochas não damos conta dos minutos que ali passamos, um verdadeiro túnel do tempo.Dali somos forçados a sair pois o tempo não parou e até pelo contrário, continuamos o nosso trilho que estamos a chegar à cota da aldeia que já vamos junto aos campos e onde vemos as pessoas a pastar o gado que mantém esta cultura, e em poucos, menos de 1km chegamos ao ponto inicial.

Agradeço a companhia deste trilho que com vocês foi mais divertido e comunicativo do mesmo gosto pela natureza.

Álvaro Rego Pinto.
Túmio Paisagem Protegida do Corno de Bico) 30 de Outubro de 2016


Informação do Trilho: Não Sinalizado
Dificuldade: Moderado
Equipamento GPS : Garmin eTrex20

Companheiros: Álvaro Rego Pinto / Miguel Moreira / Ana C. Sousa / Adriano Sousa / João Sousa / Patrícia Rodrigues/ Domingos Araújo/ Patrícia Malva Costa / Maurício Lopes.