Next Stage for Hiking Mountain...

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domingo, 28 de maio de 2017

Trilho dos Incas Pela Serra da Arada



O trilho tem início na aldeia serrana de Coelheira a 950 metros de altitude, está um dia cinzento e com alguns períodos de chuva, uma temperatura muito agradável para nós que temos um percurso de 18km de trilho pelas paisagens serranias, fragas e desfiladeiros, vales verdejantes e ribeiros de água cristalina e fria. 
Iniciámos o trilho na Capela da aldeia da Coelheira, atravessamos a pequena aldeia com as suas pequenas casas centenárias de granito com o telhado de xisto, algumas já restauradas com materiais mais modernos.


Na nossa passagem não se vê nenhuma pessoa residente, só uns cavalos amarrados á entrada de uma casa o gado caprino nas cortes a berrar por uma saída para a serra, visto que é domingo devem permanecer por lá o dia todo. Continuamos a subida pelos estreitos caminhos empedrados até á estrada de alcatrão, aí viramos á esquerda e seguimos o trilho em direcção ao topo da serra de Arada, o nevoeiro encobre a vista do cume e as serras envolventes que vamos caminhar.
Ao olharmos para baixo vemos a pequena aldeia da Coelheira antes que o nevoeiro a encobrisse à medida que subíamos, chegada ao planalto avistamos uma enorme mariola que sobressaía daquele tapete de carquejal, continua o tempo cinza e ventoso, aproximamos dessa mariola esta um trabalho bem elaborado, se estivesse céu limpo avistávamos as grandes paisagens em redor como as serras do Montemuro, da Estrela e a serra do Caramulo. Bem mais perto há outra grande mariola a “N” que seguimos para lá por meio da carqueja e pequenas poças de água acumulada das recentes chuvas. 

Aqui parámos um pouco para carregar as energias e contemplar a paisagem enquanto comemos umas frutas, quando o nevoeiro levanta um pouco vemos as grandes pás das eólicas do Parque Eólico de Candal, observamos os pássaros a levantar e pousar, conversamos sobre a geologia desta serra e tudo envolvente á natureza, sentados nas pedras de xisto.
Pouco tempo da nossa paragem, voltamos ao trilho que vai atravessar o Parque Eólico de Candal do topo 1050m altitude avistamos à nossa direita as serras que nos seus vales escodem a aldeia de Drave (aldeia mágica), Portal do Inferno, aldeia de Regoufe e as antigas minas de volfrâmio, à esquerda a aldeia onde iniciamos o trilho escondida entre o verde da serra e as escuras nuvens do céu, percorremos pelo estradão do parque por uns 2Km que viramos á direita para descer a serra pelo antigo trilho dos pastores que vem com o gado das aldeias de Covelo de Paivô e Póvoa das Leiras.
Já são horas de um bom reforço para a próxima etapa, tiramos da mochila o almoço e preparamos ali a refeição enquanto aquece maravilhamos a paisagem, apesar dos incêndios do verão passado a paisagem recuperou um pouco do verde e as cores das várias urzes que dão tonalidade roxas e brancas. A refeição em pouco tempo ferve e almoçamos, conversamos sobre as rochas que estamos sentados que estão cheias de mica, material altamente isolante e entre outras.
Mochila de novo às costas continua-mos a descida que vai pelas fragas e desfiladeiros da Serra da Arada, descemos uns 280m de cota pela escarpa granítica e voltar a subir já no outro lado desta serra, durante este percurso passamos por um pequeno ribeiro que nos dá para encher o cantil de água fresca, neste fundo o fogo poupou uns poucos carvalhos. Daqui o trilho é em subidas e descidas ingremes até á aldeia de Póvoa das Leiras que está a uns 770m de altitude.

Chegada à aldeia de Póvoa das Leiras, reparamos da evidência do nome desta aldeia e de terem chamado trilho dos Incas, pois a aldeia no cimo da colina e na sua encosta as magníficas leiras verdejantes em degraus até ao sopé da serra. Um pouco abandonadas pelos mais novos habitantes os poucos que restam estão velhos para darem continuidade á agricultura local. Nesta aldeia apenas vimos uma senhora (Srª Alice) de idade com dificuldades em andar, paramos para falar um pouco sobre esta aldeia, não tardou a contar um pouco da sua estória por estas serras.
Dois dedos de conversa nos despedimos com uma promessa que voltaríamos a visitar. Saímos desta pequena localidade em 1,5km fica logo a aldeia de Candal, descemos até ao ribeiro de Paivô paramos na ponte antiga para deslumbrar a pequena cascata e o poço que bem nos apetecia dar um mergulho se o tempo estivesse aduado, refrescamos a cara e continuamos o trilho até chegar á aldeia de Candal.
Em Candal passamos sem paragens, pois temos agora uma grande subida em cota de 400m na Serra da Ribeira, mais ou menos há uma fonte de água fresca que voltei a encher o cantil, ao chegar ao cume divisamos entre o vale a aldeia de Candal à esquerda e a direita Póvoa das Leiras e os seus socalcos. Mais á frente seguimos pelo estradão do Parque eólico que nos leva até ao ponto inicial desta caminhada, passando pelo parque de campismo Retiro da Fraguinha.
Foi um Trilho com uma duração 7:40H com 18Km de extensão e um acumulado de 880m.
Aldeia de Coelheira 28 de Maio de 2017
Informação do Trilho: Não Sinalizado
Dificuldade: Moderado
Equipamento GPS : Garmin eTrex20
Companheiros: Álvaro Rego Pinto e David Araújo Gomes.