Há muito estava programada este
trilho pela magnífica Serra do Gerês, Miguel e eu já tínhamos uma ideia que
seria para o Equinócio da Primavera, mas dada a falta de tempo por parte profissional
foi-se adiando até agora. Foi o momento de libertar as nossas almas “selvagens”
dos edifícios e do caos da cidade.
Chegada ao Arado e mochilas às
costas Iniciamos o trilho nas primeiras horas da manhã, o tempo está óptimo para
um dia típico de uma Primavera quente, subimos pela escadaria desarranjada
para o miradouro da Cascata do Arado com a altitude de 740m, estávamos nos
primeiros quilómetros do nosso trilho, temos percorrer 7km até à cota máxima de
altitude 1430m numa extensão de 17,5km em circular, entre Vales, Prados,
Currais,Poço Azul e por fim Arado.
Aqui tiradas as fotos à mítica Cascata do
Arado, subimos pelo trilho de terra e pedra solta, á medida que vamos subindo vai
mudando a paisagem, para trás fica a vista para a Ponte do Arado e Rio Arado a
desaparecer entre as montanhas para lá da Ermida, percorridos 700m o trilho divide
para o Curral da Giesteira e para o Vale Teixeira.
Continuamos pela rocha maciça
para o Vale Teixeira com o Rio da Teixeira á nossa esquerda, avistamos a lagoa Olímpica
(referida no meu mapa) ao fundo após uma grande queda de água Ribeira da Lomba , enquanto subimos
para entrar no Vale Teixeira.
Chegamos ao ponto que entramos no
Vale Teixeira e deixamos a paisagem do Arado, aqui agrupamos para todos vissem
ao mesmo tempo o que a minha mente viu pela primeira vez quando fiz este passo
de montanha. Todos nós ficamos surpreendidos pela magnitude do Vale e com os
tons da primavera, as Urzes florarem de tons rosa e as Maias de amarelo dão o
toque surreal a paisagem.
Entre fotos e observação das duas
paisagens montanhosas de ambos lados, chegamos ao Curral da Teixeira e a sua
cabana, aqui paramos para almoçar e descansar um pouco para o que vem. Enquanto
preparávamos o reforço aparece um grupo animado de pessoas que vinham de Leonte
em direcção ao Arado, cruzamos dois dedos de conversa que ficaram admirados com
a nossa rota e o questionável tempo que levaríamos a termina-la.
Barrigas cheias e mochilas mais
leves abandonamos a cabana para outros montanheiros Espanhóis que ali iam também
fazer o seu almoço. Rumamos em direcção ao Curral do Cambalhão, o Sol já está no
ponto alto e já que nos faz transpirar e sentir a queimar no pescoço, chagada
ao Curral do Cambalhão a paragem foi curta pois temos uma subida acentuada até
ao Borrageiro (1430m).
Chegada ao Cume do Borrageiro, as
nossas respirações afagantes da difícil subida carregamos energias e com uma
vista panorâmica das serras que envolventes já mencionadas “vale do Cávado, as
serras da Cabreira, de Fafe Basto, Amarela, do Soajo, da Peneda, do Larouco, do
Facho, do Barroso e ao longe as serras do Marão, do Alvão, e do Corno de Bico,
Nevosa desta serra do Gerês”.
A partir deste ponto alto o nosso
trilho não tem mais estas extensões subidas ingremes, descemos para o Prado da
Rocalva, durante a descida pelo trilho sinalizado com mariolas, aparece os dois
pontos altos deste trilho (para mim), Roca Negra ao nosso lado esquerdo que o
seu cume está a 1386m, á direita Rocalva que o seu cume nos 1365m e entre estes
dois grandes guardiões adormecidos encontra-se o Prado Rocalva com a cabana ao
fundo.
Na cabana da Rocalva pousamos as mochilas
para aliviar um pouco as costas, aproveitamos para reabastecer os cantis de
água fresca da fonte e lanchar, pois já as energias já estavam nas reservas.
Conversamos sobre a rota a tomar, pelo Cando ou pelo Prado Vidoirinho, pois seguíamos
um trilho no GPS (já realizada por mim), ou alternativa nova para mim e para
todos nós, esta rota tem ser lida pelo mapa do GPS e seguir as Mariolas até
margens do rio Conho.
Tudo apostos para continuar a
jornada, avançamos para o Prado Vidoirinho que fica a 550 metros de distância,
trilho bem sinalizado por mariolas e o trilho é bom de caminhar, a vista sobre
o prado é linda. Aqui nem paramos, foi só para as fotos e seguir, pois o tempo
agora está em contagem decrescente, falta pouco mais de 2h30m para a luz solar
desaparecer.
Ao olhar para o Prado do ponto
mais afastado, avistamos a majestosa Rocalva do lado “SE”, é uma perspectiva
diferente do lado “O”. Á nossa direita tem uma vista panorâmica sobre escarpa do
Vale do Conho com outro ponto alto de referência Cutelo de Pias que tem uma
elevação de 1262m, esta será vista durante a maior parte da nossa caminhada pela
descida bem acentuada dos 1150m até 900m até chegar às margens do rio Conho.
Caminhamos sempre pela margem do
rio Conho até chegar ao Poço Azul, o trilho é bem agradável e mais refrescante,
pois o Sol já se está a pôr e os raios de Sol laranjados só chegam aos cumes
destas serras, a frescura do rio durante este percurso é confortante e
rapidamente chegamos ao Poço Azul, era bom poder dar um mergulho nesta águas
frias mas o tempo não permite e só dá para descansar um pouco as pernas da
descida e contemplar com fotos desta água de cor esmeralda.
Voltamos ao trilho e seguimos em
direcção ao Arado Ponto de onde iniciamos esta aventura, passamos pela Ponte
Cervas e subimos à Tribela, aqui o trilho é feito por estradão que vamos
passando pelos Currais de Portos e Malhadoura em mais 1.5Km estamos de regresso.
Foi um Trilho com uma duração 10H
com 17.5Km de extensão e um acumulado de 1090m.
Informação do Trilho: Não
Sinalizado
Dificuldade: Moderado
Equipamento GPS : Garmin eTrex20
Companheiros: Álvaro Rego Pinto /
Miguel Moreira / Ana C. Sousa / Adriano Sousa.